Artigo cristão escrito por Gospel Prime
Vivemos tempos difíceis no que se refere a viver em comunidade. Tem-se observado uma parcela considerável de evangélicos que deixaram suas denominações e que não querem mais fazer parte delas. Dentre as muitas razões estão: O sistema religioso e seus controladores, as diferentes linhas teológicas onde há uma fragmentação da mesma, a busca da relação do ter em detrimento do ser nos relacionamentos com Deus, os produtos disponíveis nas prateleiras do mercado religioso, a exaustão nas praticas de formalismo e tradicionalismo nos culto de algumas igrejas. Estes e outros fatores têm levado muitos evangélicos a se distanciarem de suas denominações preferindo viver uma espiritualidade sem religião. Alguns vivem um tipo de espiritualidade “Robinson Crusoé”, isolados em seu gueto espiritual, outros se organizam em casas, ou até mesmo em cafeterias e lugares semelhantes onde geralmente se reúnem para a prática de orações, louvor e estudo da palavra.
Entre os “Sem Igreja” encontramos uma boa parte dos que carregam um sentimento de frustração quanto a Igreja – instituição. Frustações que foram resultado dos absurdos praticados principalmente por líderes dessas instituições religiosas. Podemos citar alguns: Abuso de poder onde tais líderes manipulam os que estão sobre sua tutela, ausência de democracia proibindo a liberdade de pensar, líderes com personalidade egolátrica (estes desejam que tudo e todos girem em torno dele sobre seu controle). A frustação na maioria dos casos vem de uma expectativa de uma liderança apascentadora, com desejo de Servir aos irmãos e a comunidade. Práticas que lamentavelmente encontramos em poucas Igrejas.
A questão é desafiadora, pois os que foram não pretendem mais voltar. No entanto, há uma luz no fim do túnel, e a maior razão é que aquele que deu sua vida por amor àqueles que agora fazem parte da Igreja, sempre cuidará dela. Estes que uma vez foram resgatados e comprados com o precioso preço pago na cruz do calvário, Deus haverá de trazê-los novamente à comunidade. Nunca e jamais deixarão de ser Igreja, ainda que distantes. Pela experiência do novo nascimento entraram e viram o Reino, e uma vez entrando nele, jamais sairão. Deus em sua soberania e poder haverá de promover nos corações dos membros de comunidades relevantes, o desejo de acolher os “sem Igreja”. Estes ao retornarem terão a oportunidade de vivenciar experiências profundas com comunidades do Reino, Igrejas acolhedoras, amantes do próximo, lideranças com compromisso de Servir.
Para as Igrejas relevantes fica o desafio de buscar e conscientizar os Dissidentes da Igreja e fazê-los compreender de maneira profunda o papel da Igreja no mundo, seus perigos e desafios, fazê-los entender pelo poder convencedor do Espírito Santo a importância de ser chamado para ser Igreja, desafiá-los a viver em comunidade, esclarecer com base nas escrituras a relevância do exercício da comunhão, do partir do pão, do estudo da palavra, da oração. Chamá-los para uma vida de comunidade.
Aos “Sem Igreja” fica o desafio de retornar com espírito de tolerância e humildade. Compreender que a igreja militante sempre estará sujeita a imperfeições, afinal, é uma igreja que caminha num processo de maturidade com a finalidade de chegar à medida da estatura de Cristo, e, é dentro dela que acontece este processo. Isolar-se certamente atrofiará este desenvolvimento de maturidade.
Portanto, busquemos uma vida comunitária. Viver em comunidade é praticar a misericórdia, a partilha, o acolhimento, é oferecer ombro amigo em tempos de crise. Isto é ser Igreja! Viver em comunidade vai além das paredes e portas, Igreja do Reino estão acima de ritos e dogmas praticados na religião, Viver em comunidade é sermos indivíduos agenciadores do Reino de Deus. A razão de nossa existência como Igreja não é para viver para nós mesmo, mas para o outro. Lutemos pela Igreja.
Que o Senhor nos ajude!
Por: Marcos Aurélio Dos Santos
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