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terça-feira, 5 de março de 2013

Cientistas revelam “código da vida” encontrado em Gênesis




Texto de milhares de anos de idade apresenta padrão usado pela mídia hoje
por Jarbas Aragão
Embora diferentes “códigos da Bíblia” tenham sido revelados no passado, o cientista britânico Gordon Rugg, da Universidade Keele e o americano David Musgrave, da Universidade Amridge, criou o programa Search Analyzer, que faz análise de textos.
Ao submeterem o livro de Gênesis, da Bíblia, disseram ser possível visualizar um “padrão escondido” no texto milenar. O software coloca o texto completo como uma grade. Cada quadrado representa uma palavra e as palavras procuradas aparecerão em quadrados coloridos.
Eles apresentaram sua pesquisa durante a reunião da Associação de Escolas de Pesquisa Oriental, em Chicago. Rugg explicou: “Nosso novo método para visualizar textos permite que um livro inteiro seja comtemplado em apenas uma página A4, permitindo que os padrões sejam vistos facilmente. Trata-se de uma forma simples e rápida para que pesquisadores identifiquem padrões, ou vejam quando são pistas falsas, uma informação importante para quem lida com textos grandes”.
Como exemplo, os pesquisadores resolveram mostrar o que ocorrer quando se busca pelas palavras “vida” e “morte” no Livro do Gênesis. Ficou evidente o chamado escalonamento de termos, que faz uma espécie de “sanduíche”, colocando um tema entre duas menções de outro tema.
Trata-se de uma estrutura conhecida de retórica, a mesma técnica é muito usada pela imprensa, quando más notícias são intercaladas entre duas notícias boas, criando uma sensação de otimismo em meio às crises.
Essa nova análise do Gênesis mostrou que há o escalonamento das palavras-chaves “vida” e “morte”. Os versos que iniciam e fecham as divisões principais de Gênesis possuem menções frequentes à vida, enquanto a morte somente pode ser encontrada nos versículos centrais.
“A estruturação dos termos vida e a morte em Gênesis é que não nunca foi estudado antes”, enfatiza o professor Rugg, que leciona Computação e Matemática. “Achamos um padrão literário sendo usado de uma maneira que nunca foi comprovado antes. Não estamos falando de códigos secretos ou conspirações, mas são algumas imagens marcantes… Por que isso foi feito milhares de anos atrás permanece um mistério, embora possivelmente o padrão seja para ‘suavizar’ as mensagens de morte, dando à ‘vida’ um impacto maior,” acredita Rugg.
Para comprovar que não é uma fórmula aleatória, ao serem usados outros termos, o software não encontrou nada parecido. Mas há várias implicações. Eles pesquisaram as palavras “homem” e “mulher”, e concluíram que o feminino aparece predominantemente na primeira parte do Gênesis e raramente na segunda metade.
Outro termo, “gerou”, comprova algo que os teólogos afirmam há muito tempo: os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João espelham os temas e as estruturas do Antigo Testamento. Quando aplicada, a busca por “gerou” mostra um padrão impressionante na primeira parte de Gênesis, espelhando o que foi encontrado na primeira parte do evangelho de Mateus.
Os interessados podem visualizar essa ferramenta de buscas de textos no endereço www.searchvisualizer.com. Com informações Live Science.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

perfil biográfico de Jesus Cristo


Jesus de Nazaré, Jesus Nazareno ou Jesus da Galiléia (8-4 a.C. – 29-36 d.C.) teria nascido em Belém com o nome de Yeshua ben(bar)-Yoseph, ou seja, Jesus filho de José. Os seus ensinamentos serviram de alicerce na fundação da religião cristã, na qual ele é chamado como Jesus Cristo. Apesar das tendências a vê-lo como um profeta por alguns segmentos judaicos, nesta religião ele é considerado um apóstata (ver Yeshu ben Pantera). Para os adeptos do islamismo Jesus é um grande profeta. A sua influência também é marcante em outras religiões, como as de origem gnósticas e espiritualistas.

O nome Jesus (do hebraico, Yeshua), significa "Salvador", ou "auxílio do Senhor" (Yah). Seus discípulos o chamavam Messias, ou "o ungido do Senhor". O nome Cristo vem do grego Χριστός (Christós), que significa "Ungido". Os cristãos consideram-no o filho de Deus e, para a maioria das entidades cristãs, também o próprio Deus, que teria sido enviado à Terra para salvar a humanidade.

Sua influência foi provavelmente maior que a de qualquer outra pessoa que já tenha existido. Muitos atribuem que esta influência é a consequência da adoção do cristianismo - doutrina fundada pelos seus seguidores - como religião oficial do Império Romano sob Constantino, no século IV d.C. e, posteriormente, à difusão da cultura cristã pelo colonialismo europeu entre os séculos XV e XX. Contudo, nos dias atuais, a influência de Jesus já extrapolou os limites da própria igreja católica, quando doutrinas de cunho gnósticos e espiritualistas buscam resgatar - principalmente através de originais dos textos bíblicos ou apócrifos - os ensinamentos originais de Jesus.
Índice

Nascimento e infância

Grande parte do que é conhecido sobre a vida e os ensinamentos de Jesus é contado por cinco pequenos livros do Novo Testamento da Bíblia, designados por Evangelhos canônicos: Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, os Atos dos Apóstolos. Os Evangelhos Apócrifos apresentam também alguns relatos relacionados com a infância de Jesus, nomeadamente no Evangelho de Judas e no Evangelho de Tomé.

Esses Evangelhos narram os fatos mais importantes da vida de Jesus. Os Atos dos Apóstolos contam um pouco do que sucedeu nos 30 anos seguintes. As Epístolas (ou cartas) de Paulo também dizem alguma coisa sobre Jesus e algumas de suas palavras aparecem noutros lugares. Notícias não-cristãs de Jesus e do tempo em que ele viveu encontram-se nos escritos de Josefo, que nasceu no ano 37 d.C.; nos de Plínio, o Moço, que escreveu por volta do ano 112; nos de Tácito, que escreveu por volta de 117; e nos de Suetônio, que escreveu por volta do ano 120. Todos eles escreveram sobre Jesus muitos anos após a morte dele.

Preparação para o nascimento e anunciação segundo Lucas

Segundo o evangelho segundo Lucas, o trabalho da vida de Jesus na Terra, fôra iniciado por João Batista, filho de Zacarias era um sacerdote judeu que tinha por esposa a Isabel, que por sua vez era membro do ramo mais próspero do mesmo grande grupo familiar ao qual também pertencia Maria, a mãe de Jesus. Zacarias e Isabel, embora estivessem casados há muitos anos, não tinham filhos porque Isabel era estéril.

O anjo Gabriel apareceu a direita do altar de incenso a Zacarias e anunciou que suas orações haviam sido ouvidas por Deus e Isabel daria a luz a um filho que deveria ser chamado por João. E disse mais: contou que seria “grande diante do Senhor” e que teria a virtude de Elias: o grande profeta que os orvalhos e a chuva se submeteram a sua palavra, o grande profeta que ressuscitou o filho de uma viúva, o grande profeta que chamou fogo do céu. Elias que teve sua maior jornada na luta contra os pecados do rei Acabe e da sua esposa Jezabel, promíscua e adoradora de Baal. Segundo o Gabriel, João teria a virtude de Elias, como de fato procedeu contra Herodes e Herodias, e sendo respeitado entre os judeus.

Quando Gabriel anunciou o nascimento, Zacarias alegou que ele e sua esposa eram velhos para terem filhos. Por conta dessa incredulidade, Zacarias ficou mudo até o nascimento de João. Quando Zacarias terminou de servir no templo e voltou para casa, Isabel concebeu.

Seis meses depois do início da gravidez de Isabel, Gabriel foi até Nazaré e saldou Maria, mulher prometida a José: “Salve cheia de graça; o Senhor é contigo.” Foi anunciada a virgem que daria a luz a um filho e que deveria ser chamado por Jesus. E disse mais: que seria chamado filho do Altíssimo, Filho de Deus. O anjo disse que Jesus seria “grande”. Observe-se que ele não seria “grande diante do Senhor”, como foi dito de João, ele seria o próprio Senhor que assentaria no trono de Davi e cujo João estaria adiante nos seus passos de anunciação.

Quando Maria perguntou como se daria tal coisa, pois era virgem, Gabriel anunciou que seria uma concepção do Espírito Santo.

Ela já estava comprometida em casamento com José e o noivado judaico era um compromisso tão sério que o noivo já se dizia marido e não podia desfazê-lo, senão por um repúdio e antes que tivessem tido qualquer envolvimento íntimo, se achou grávida pelo Espírito Santo. Segundo o evangelho segundo Mateus, José ao saber, quis deixá-la, achando que ela tinha tido outro homem, mas o anjo Gabriel apareceu a ele em sonho e lhe explicou o que estava acontecendo.

Como o anjo havia contado sobre a concepção de Isabel, Maria foi visitá-la e por revelação do Espírito Santo, naquela momento Isabel recebeu a palavra do conhecimento e clamou: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?”

No dia da circuncisão de João, contrariando o costume judaico, Isabel escolheu o nome do menino: João; sem que houvesse tal nome na parentela de Zacarias, o mesmo foi interpelado a respeito daquela peculiaridade, e Zacarias escreveu numa tábua: “O seu nome é João”. E todos se maravilharam. E voltou a voz a boca de Zacarias.

João, cujo nome significa "graça ou favor de Deus" cresceu habitando em desertos até o início de seu ministério quando haveria de mostrar-se em Israel e anunciar os dias de Jesus.

Nascimento de Jesus.

Jesus nasceu durante a vida de Herodes, o Grande, que os romanos haviam designado para governar a Judéia. Os calendários são contados a partir do ano em que se supõe ter nascido Jesus, mas as pessoas que fizeram essa contagem equivocaram-se com as datas: Herodes morreu no ano 4 a.C., de modo que Jesus nasceu 3 anos antes, a quando dos censos do povo Judeu, que ocorreu, exactamente, 1 ano após os censos dos outros povos também subjugados ao poder Romano. Estes censos ocorreram para facilitar aos Romanos a contagem do povo e a respectiva cobrança dos impostos. Os Judeus sempre se opuseram a qualquer tentativa de contagem, por essa razão, esta ocorreu um ano depois de ter ocorrido nos povos vizinhos. Desde o século IV, os cristãos festejam o Natal, ou nascimento de Cristo, no dia 25 de dezembro. Esta foi uma adaptação das festas ao deus Sol dos povos pagãos, adquirida pelos Romanos. A data real ainda é incerta, ver mais adiante.

Maria foi a mãe de Jesus. Ela e o carpinteiro José, seu marido, moravam em Nazaré, uma cidade da província da Galiléia, no norte da Palestina. O Evangelho de Lucas conta que o arcanjo Gabriel apareceu a Maria e anunciou que ela ia dar à luz o filho de Deus, o prometido Messias. Algum tempo antes de Jesus nascer, Maria e José foram a Belém, a fim de terem seus nomes registrados em um recenseamento. Belém era uma pequena cidade do sul da Judéia. Maria e José encontraram abrigo num estábulo, e foi aí que Jesus nasceu. Maria fez de uma manjedoura o berço para ele.

Os Evangelhos falam de pastores que, perto de Belém, viram anjos no céu e os ouviram cantar: "Glória a Deus nas alturas e, na Terra, paz e boa vontade entre os homens (Lucas 2:14). Algumas traduções da Bíblia dizem: paz na Terra aos homens de boa vontade. Outra história diz que vieram sábios do Oriente para ver o Messias recém-nascido. A princípio perguntaram por ele na corte de Herodes. Mais tarde puderam localizá-lo, seguindo até Belém a luz de uma estrela. Trouxeram a Jesus oferendas de ouro, incenso e mirra.

Herodes pedira-lhes que voltassem para informá-lo quando tivessem encontrado o menino, mas eles não fizeram isso. Herodes tomou-se de fúria e, com medo desse novo rei dos judeus, mandou que fossem mortos todos os meninos de Belém que tivessem dois anos de idade ou menos. Um anjo apareceu a José, em sonho, e o preveniu. José fugiu então para o Egito, com Maria e o menino Jesus. Só retornaram a Nazaré depois da morte de Herodes.

Infância

Pouco sabem os historiadores sobre a infância de Jesus. Lucas diz que, aos 12 anos, ele foi com os pais a Jerusalém, para a festa de Pessach, a Páscoa judaica, e lá surpreendeu os doutores do Templo com os seus conhecimentos religiosos. A única informação a mais deixada por Lucas sobre a infância de Jesus é a de que "crescia o Menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele (Lucas 2:40).

Jesus cresceu em Nazaré e provavelmente auxiliava José em seus trabalhos de carpintaria, até este falecer. Jesus, tendo plena e sã consciência de sua missão, preparava-se mental e espiritualmente em profundas orações e no contato íntimo com o Pai, mas ao mesmo tempo vivia uma vida normal junto de sua família, tal qual um morador de Nazaré.

Vida Pública

Ministério

Jesus começou a revelar a missão especial de sua vida por volta dos 30 anos de idade. João Batista, seu parente, preparava o caminho para ele, pregando o arrependimento e batizando os que aceitavam sua mensagem. Jesus foi ter com João, a fim de ser batizado.

Após a sua estada de "40 dias e 40 noites no deserto", exemplo típico do isolamento que antecede o cumprimento da missão dos profetas e iluminados, voltou para a Galiléia. Escolheu Cafarnaum, perto do mar da Galiléia, para centro de Suas atividades. Logo vieram juntar-se a ele os primeiros apóstolos: Simão Pedro, André, Tiago e João. Depois, Jesus escolheu para ajudá-lo Bartolomeu (às vezes confundido com Natanael), Tiago Menor, Judas Iscariotes, Tadeu (também chamado de Judas Tadeu), Mateus, Filipe, Simão e Tomé.

Jesus desenvolveu na Galiléia a maior parte do seu ministério. Mas esteve também na Samaria, em Jerusalém e em outros pontos do norte da Galiléia. Anunciava o Reino de Deus e afirmava ter o poder de perdoar pecados. Tratava os não-judeus com a mesma benevolência que dedicava aos judeus. Muitos dos seus ensinamentos encontram-se no Sermão da Montanha, transcritos por Mateus (5,6,7). Os mestres da Galiléia não confiavam em Jesus, porque ele não evitava os pecadores. Também O temiam porque parecia modificar certas práticas estabelecidas, como a de não pregar aos sábados. Mas seus discípulos acreditavam nele. Quando Jesus Ihes perguntou quem pensavam que ele era, Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16:16). Pouco depois, Pedro, Tiago e João tiveram uma visão de Jesus conversando com Elias e Moisés, tidos como seus precursores.

Ensinamentos

Com freqüência, Jesus explicava sua doutrina através de parábolas, histórias breves que encerravam ensinamentos. O Filho Pródigo(Lucas 15:11-32), por exemplo, fala da grande alegria de um pai quando vê retornar à casa um filho que saíra a correr mundo. Jesus usou esta parábola para mostrar o amor e o perdão de Deus aos pecadores que se arrependem. Os Evangelhos mencionam cerca de 70 parábolas.

Muito do que Jesus ensinou já fazia parte da Bíblia judaica ou da tradição dos hebreus, mas Jesus deu maior ênfase a certas idéias e acrescentou ensinamentos novos. Ele acreditava que Deus estava preparando a Terra para um novo estado de coisas, em que todos os seres humanos haveriam de viver como filhos de Deus. Jesus falava dessa nova era como o Reino de Deus, e dizia ser ele o enviado do Pai para anunciar e fazer presente esse Reino.

Combatia o pecado, especialmente a hipocrisia e a crueldade para com os fracos, mas não desprezava os pecadores: estava sempre disposto a curar e a perdoar, mesmo antes que as pessoas se mostrassem arrependidas. Para Jesus, o poder de Deus era maior que o pecado, e ele ensinava que o arrependimento e a fé podiam salvar os homens.

Aos seus seguidores, Jesus oferecia normas de vida. Ele ensinava as pessoas a amarem a Deus e aos seus semelhantes com toda a força de seus corações e de suas mentes. Frisava que cada pessoa deveria tratar as outras como gostaria de ser tratada por elas. Ensinava os que O ouviam a não reagirem quando atacados: "A quem te esbofetear a face direita, oferece também a esquerda (Mateus 5:39).

Milagres

Os Evangelhos falam de 36 milagres de Jesus. Ele nunca os fez em seu próprio benefício. Os milagres suscitavam a admiração de seus discípulos e geravam muitas conversões. O primeiro teria sido em Caná, durante uma festa de casamento. Quando o dono da casa viu que o vinho tinha acabado, Jesus transformou água em vinho. Pouco depois, no lago de Genesaré, teria feito com que Simão Pedro pescasse em sua rede tantos peixes que o barco ameaçou afundar.

Noutra ocasião, conta-se que Jesus abençoou cinco pães e dois peixes, que puderam ser repartidos entre mais de cinco mil homens, mulheres e crianças, recebendo cada qual o suficiente para comer. E, em outra ocasião, Jesus teria deixado perplexos os discípulos, ao caminhar sobre as águas do mar durante uma tempestade.

Muitas histórias dos Evangelhos falam de Jesus curando cegos e doentes. João conta como Jesus trouxe de volta à vida o seu amigo Lázaro, que estava morto e sepultado havia quatro dias. Acreditavam que Jesus usava os seus dons especiais para demonstrar o amor e a misericórdia de Deus.

A Paixão

Os últimos meses da vida de Jesus representam o que os cristãos chamam de Paixão, ou Seu sofrimento por toda a humanidade. Jesus fizera muitos inimigos em Jerusalém e sabia que corria perigo se fosse àquela cidade. Entretanto, acreditava ter o dever de ir. Estava decidido a pregar a boa nova do Reino de Deus e do perdão. Sentia que viera ao mundo para salvar os outros, com o sacrifício de Sua própria vida.

A Última Ceia

Jesus chegou a Jerusalém para a semana da Páscoa judaica. No domingo, fez uma entrada triunfal na cidade. O povo estava agradecido pelas suas curas e pelos Seus ensinamentos, e muitos acreditavam que ele traria à nação judaica uma vida melhor. Por isso, enquanto ele passava, o povo o aplaudia e cobria Seu caminho com panos e ramos de palmeira.

Os distúrbios que Jesus provocou no Templo de Jerusalém

No templo de Jerusalém em tempo de Pessach, os Judeus traziam oferendas para a casa de Deus. As oferendas, (Korban) eram feitas em espécie, sobretudo na forma de animais, ou em dinheiro. Os sacerdotes do templo recebiam as ofertas, que eram em parte queimadas (para Deus), a parte restante sendo redistribuida entre a classe dos sacerdotes e entre os pobres. Alguns Judeus traziam animais, outros compravam-nos à entrada do templo, onde vendedores os serviam. Juntamente com estes vendedores à entrada do templo havia cambistas, pessoas que trocavam moedas gregas e romanas em moedas judaicas, as únicas que eram aceites pelos sacerdotes do templo, aparentemente porque no templo, um lugar simbólico do Judaísmo, não deveriam circular moedas onde figurassem Deuses e imperadores estrangeiros (romanos ou gregos). O templo de Jerusalém era na altura um lugar sagrado do Judaísmo, como hoje Meca e Medina são lugares sagrados do Islão.

A troca de dinheiro dos conquistadores estrangeiros, a moeda forte, como hoje em muitos países o dólar, pelo dinheiro local judeu para possibilitar a realização de uma tradição judaica devia tornar evidente aos olhos dos judeus compatriotas de Jesus, o quanto o sistema político e económico imposto pelos romanos "corrompia" a religião judaica. Era evidente que o sistema religioso, as famílias judaicas (a casta dos saduceus que se tinham "arranjado" com a nação ocupante), viviam à custa de dinheiro "sujo", branqueado por estes cambistas.

Ao protestar contra os cambistas do templo, Jesus estaria a mostrar aos seus contemporâneos em que medida o sistema político e económico imposto pela nação invasora corrompia a verdadeira religião judaica. Este tipo de protestos não era novo. Sabemos pelo relato de Flávio Josefo que poucos anos antes, Pôncio Pilatos se apropriou dos fundos do templo para a construção de um aqueduto, causando a ira e o protesto de muitos Judeus, protestos que foram abafados violentamente pela acção de um grupo para-militar às ordens de Pilatos.

Os evangelhos relatam como Jesus provocou desacatos à ordem pública, voltando as mesas dos comerciantes de moedas, protestando vivamente. Foi um acto de violência física único na vida de Jesus e que por isso tem causado muitas dificuldades à interpretação oficial das Igrejas Cristãs, que preferem não dar muita importância ao evento. Todavia há que salientar que foi este evento, observado de perto pelas autoridades romanas e pelos sacerdotes do templo, que iria desencadear a perseguição, o julgamento e finalmente a sua condenação à morte.

A Igreja católica tentou por muito tempo interpretar este acto violento de Jesus como justificado com base numa crítica à actividade comercial em geral. Esta a visão anti-comercial e anti-capitalista que prevaleceu na Idade Média (Ver Sociologia da religião#Do Judaísmo para o Cristianismo). "Jesus disse que a casa de Deus era lugar de oração e não de comércio".

Outra interpretação possível e conveniente à Igreja Católica é a possibilidade de Jesus ter protestado contra este comércio porque ele teria supostamente querido uma abertura do Templo aos não Judeus.

Durante os dias seguintes, Jesus passou boa parte do tempo pregando em Jerusalém. No tempo restante, Ele meditava e orava em Betânia, a leste da cidade. Na quinta-feira à noite, participou da Última Ceia, com os doze apóstolos, em Jerusalém. Três dos Evangelhos afirmam ser aquela a ceia da Páscoa. Nessa ocasião, Jesus disse aos apóstolos que um deles haveria de trai-lO, e prometeu que os encontraria de novo no Reino de Deus. Ao servir o pão e o vinho, disse: "Este é o meu corpo" e Este é o meu sangue". Essa ceia deu origem à comunhão cristã.

O Julgamento

Mais tarde, na mesma noite, Jesus foi para o jardim de Getsêmani, na encosta do monte das Oliveiras, em frente ao Templo. Três discípulos - Pedro, Tiago e João - faziam-lhe companhia, mas logo adormeceram. Jesus orou em agonia espiritual, mas submeteu-se à vontade de Deus. Um pelotão de homens armados chegou ao jardim para prender Jesus enquanto ele orava. Judas Iscariotes, um dos apóstolos, indicou quem ele era com um beijo. Judas havia traído o Mestre por 30 moedas de prata. Mateus conta que, depois disso, Judas enforcou-se.

Os soldados levaram Jesus para a casa do supremo sacerdote. A lei judaica não permitia que o Sinédrio, a suprema corte judaica, se reunisse durante o Pessachou condenasse um homem à morte durante a noite. Mas alguns membros do Sinédrio resolveram interrogar Jesus de qualquer modo. Primeiro o acusaram de ameaçar destruir o Templo, mas as testemunhas entraram em desacordo. Por fim, perguntaram a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus e rei dos judeus. Jesus respondeu que era, e foi então acusado de blasfemar ao dizer-se Deus.

Na manhã de sexta-feira, os líderes judeus levaram Jesus à presença de Pôncio Pilatos, que então governava a província romana da Judéia. Acusavam-no de estar traindo Roma ao dizer-se rei dos judeus. Como Jesus era galileu, Pilatos enviou-o a Herodes Antipas - filho de Herodes, o Grande - que governava a Galiléia. Lucas conta que Herodes zombou de Jesus, vestindo-o com um manto real, e devolveu-o a Pilatos.

Era de praxe os governantes romanos libertarem um prisioneiro judeu por ocasião do Pessach. Pilatos expôs Jesus e um assassino condenado, de nome Barrabás, na escadaria do palácio, e pediu à multidão que escolhesse qual dos dois deveria ser posto em liberdade. A multidão voltou-se contra Jesus e escolheu Barrabás. Pilatos condenou então Jesus a morrer na cruz. A crucificação era uma forma comum de execução romana, aplicada, em geral, aos criminosos de classes inferiores.

Os soldados romanos zombaram de Jesus por considerar-se rei dos Judeus. Vestiram-no com um manto vermelho, puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos e, na mão, uma vara de bambu. A seguir, espancaram-no e cuspiram nele. Forçaram-no a carregar a própria cruz, como um criminoso. Ao vê-lo perder as forças, ordenaram a um homem, de nome Simão Cireneu, que tomasse da cruz e a carregasse durante parte do caminho.

Os romanos pregaram Jesus na cruz fora da cidade, num monte chamado Gólgota ou Calvário. João conta que escreveram, no alto da cruz, a frase latina Iesus Nazarenus Rex Iudeorum, que significa Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus. Essa inscrição foi também feita em grego e em hebraico. Puseram a cruz de Jesus entre as de dois ladrões. Antes de morrer, Jesus disse: "Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem" (Lucas 23:24). Durante sua agonia, ele se lamentou: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mateus 27:46). Depois de três horas, Jesus morreu. José de Arimatéia e Nicodemos depuseram o seu corpo num túmulo recém-aberto, e o fecharam com uma pedra.

A Ressurreição

Os Evangelhos contam que, no domingo de manhã, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus. Encontrou a pedra fora do lugar e o túmulo vazio. Depois disso, Jesus apareceu a ela e a Simão Pedro. Dois discípulos viram-no na estrada de Emaús. Os Evangelhos dizem que os onze apóstolos fiéis encontraram-se com ele, primeiro em Jerusalém e depois na Galiléia. Ele ainda os ensinou durante 40 dias e então subiu ao Céu.

Data de nascimento

A data de nascimento de Jesus é muito discutida. Devido a falhas do calendário há quem diga que Jesus teria nascido por volta do ano 6 d.C. . Porém, considerando que Jesus nasceu pouco tempo antes da morte de Herodes isto coloca-nos numa data anterior a 4 a.C..

Outra ajuda que temos para facilitar a localização da data do nascimento de Jesus foi que este ocorreu a quando José foi a Belém com sua família para participar do recenseamento.

Os romanos obrigaram o recenseamento de todos os povos que lhes eram sujeitos a fim de facilitar a cobrança de impostos, o que se tornou numa valiosa ajuda na localização temporal dos factos, uma vez que ocorreu exactamente 4 anos antes da morte de Herodes, no ano 8 a.C..

Entretanto, os Judeus tomaram providência no sentido de dificultar qualquer tentativa por parte dos ocupantes em contar o seu povo, pelo que, segundo a história, nas terras judaicas este recenseamento ocorrera um ano depois do restante império romano, ou seja no ano 7 a.C.. Em Belém, o recenseamento ocorrera no oitavo mês, pelo que se concluiu que, Jesus nascera provavelmente no mês de Agosto do ano 7 a.C..

Outros factos também ajudam a estimar a data exata. Conforme é relatado pelos textos bíblicos, no dia seguinte ao nascimento de Jesus, José fez o recenseamento da sua família, e um dia depois, Maria enviou uma mensagem a Isabel relatando o acontecimento.

A apresentação dos bebês no templo, bem como a purificação das mulheres teria de ocorrer até aos vinte e um dias após o parto. Jesus foi apresentado no templo de Zacarias, segundo os registos locais, no mês de Setembro num sábado. Sabe-se que Setembro do ano 7 a.C. teve quatro sábados: 4, 11, 18 e 25. Como os censos em Belém ocorreram entre 10 e 24 de Agosto, o sábado de apresentação seria o de 11. Logo Jesus teria nascido algures depois de 21 de Agosto do ano 7 a.C..

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Arqueólogos alegam terem descoberto túmulo de João Batista

 
Arqueólogos alegam terem descoberto túmulo de João Batista
Um grupo de arqueólogos da Bulgária alega ter encontrado o túmulo de João Batista, apresentado na Bíblia como um primo de Jesus que o batizou e foi morto por conspiração da esposa de Herodes Antipas, que influenciou sua filha a, literalmente, pedir a cabeça de João.
O túmulo descoberto pelos arqueólogos é um antigo sarcófago de mármore, que está localizado em um mosteiro na ilha de Sveti Ivan (“São João”, na língua local) datado do século 5.
Os restos mortais encontrados no sarcófago são basicamente pedaços de ossos – do crânio, da mão direita, de uma ulna (no antebraço), de uma costela – e um dente. Depois de submeter o material a testes de datação por carbono 14 na Universidade de Oxford, na Inglaterra, os cientistas confirmaram, em nota oficial, que os ossos são mesmo do século 1.
De acordo com informações do site Arca universal, o DNA dos ossos foi analisado nos laboratórios da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e foi determinado que todos os fragmentos são do mesmo indivíduo, um homem do Oriente Médio.
Por todo o mundo existem vários supostos restos mortais de João Batista. Nessa descoberta, os cientistas descobriram também uma pequena caixa de rocha vulcânica ao lado do sarcófago, contendo inscrições em grego antigo referindo-se ao primo de Jesus.
O texto também menciona um pedido de ajuda a Deus para o “servo Tomás”, que, segundo teorias de estudiosos, seria o encarregado de levar os restos para Sveti Ivan. Outros documentos históricos apontam que os ossos podem ter sido levados para o mosteiro ainda no século 5, quando foi construído.
Redação Gospel+

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ARQUEOLOGOS ESRAELITA ACREDITAM TER ENCONTRADO A CIDADE DO REI DAVID

A Bíblia fala de um poderoso monarca que viveu no século X antes de Cristo e que foi o segundo rei de Israel. A partir da sua cidade conquistou terrórios vastos, do Egipto ao Eufrates. Só que, até ao momento, não tinham surgido quaisquer vestígios sobre a existência deste rei ou do reino de Judá.As escavações em Khirbet Qeiyafa, no Vale de Elah, a 30 quilómetros de Jerusalém, revelaram uma povoação judaica. Um dos responsáveis pelo projecto, o professor Yosef Garfinkel, da Universidade Hebraica de Jerusalém, disse à Reuters que os achados encontrados no local — que incluem um fragmento de cerâmica com uma inscrição em hebraico e caroços de azeitona — apontam para uma ocupação do local com 3000 anos.
“Também temos ossos de animais. Milhares de ossos de animais. Temos ovelhas, gado e cabras. Mas não temos vestígios quaisquer vestígios de porcos. Ora nas cidades cananitas e filistéias [que existiram na região na mesma época], mais de 20 por cento dos ossos que encontramos são de porco”, acrescentou o especialista, aludindo à circunstância de o povo judeu não comer carne de porco.
Por enquanto, apenas dez por cento do sítio arqueológico de Khirbet Qeiyaf está escavado, pelo que os arqueólogos esperam que surjam mais achados e mais significativos.
O reino de David é descrito na Bíblia como o primeiro estado judeu. Mas a História nunca considerou a sua real existência, considerando o episódio bíblico apenas uma ficção a sustentar uma ideia.
Por isso, alguns arqueólogos mostraram-se cautelosos quanto a este anúncio. Ou, pelo menos, quanto à terminologia a ser usada. Israel Finkelstein, professor na Universidade de Tel Aviv, disse à Reuters que ainda não há, entre os achados, provas verdadeiramente fortes que caucionem a existência de um “poderoso estado”, como é descrito na Bíblia. “Não estamos a falar de um grande império, comandado a partir de uma capital magnifica, como fazemos em relação aos assírios no século IX a.C. Khirbet Qeiyafa, prosseguiu, não torna Judá num grande império, com grandes exércitos; “aqui está-se numa fase em que o reino de Judá ainda está em ascenção”.
Yosef Garfinkel respondeu-lhe: Não sendo o grande império que a Bíblia descreve, a prova da sua existência já é uma descoberta monumental. “O que os outros estão a dizer é que o reino de Judá não existiu. O que eu estou a dizer é que existiu. Foi pequeno, não foi glorioso como relata a Bíblia. Mas isso não significa que não teve significado”, disse à Reuters.

sábado, 23 de abril de 2011

Antropólogo exibe pedra maia para desmentir o fim do mundo em 2012


A pedra do calendário maia que foi interpretada erroneamente como um anúncio do fim do mundo marcado para dezembro de 2012 foi apresentada na terça-feira em Tabasco, sudeste do México.

A peça é formada de pedra calcária e esculpida com martelo e cinzel, e está incompleta. “No pouco que podemos apreciá-la, em nenhum de seus lados diz que em 2012 o munod vai acabar”, enfatizou José Luis Romero, subdiretor do Instituto Nacional de Antropologia e História.

Na pedra está escrita a data de 23 de dezembro de 2012, o que provocou rumores de que os maias teriam previsto o fim do mundo para este dia. Até uma produção hollywoodiana, “2012″, foi lançada apresentando esse cenário de Apocalipse.

“No pouco que se pode ler, os maias se referem à chegada de um senhor dos céus, coincidindo com o encerramento de um ciclo numérico”, afirmou Romero.

A data gravada em pedra se refere ao Bactum XIII, que significa o início de uma nova era, insistiu Romero.

Fonte: Jornal do Brasil

sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Túmulo de Jesus

O Túmulo Vazio


           Não havia noticiário na televisão, no primeiro século. Mas, se tivesse havido você pode imaginar o que um comentarista poderia ter relatado na manhã da ressurreição, cerca de 1970 anos atrás: "Bom dia, senhoras e senhores. Aqui fala Claudius Marcellus diretamente de Jerusalém. Estamos aqui na cena de um desaparecimento espantoso... mas antes de discutir isso, deixem-me preencher alguns detalhes do cenário. Há cerca de três anos este homem, Jesus, começou a viajar pelo interior da Judéia pregando um novo tipo de religião. Enquanto conseguia muitos seguidores, ele desagradava à maioria dos líderes religiosos da Palestina. Na manhã de sexta-feira, ele foi crucificado por acusação de traição e blasfêmia. Na tarde dessa sexta-feira, ele foi tirado da cruz e colocado num túmulo em forma de caverna, no qual agora me encontro. Agora, domingo de manhã, o corpo se foi. As únicas coisas deixadas são as mortalhas, bem dobradas e deixadas de lado. A cena aqui é de confusão e alvoroço. A pergunta na boca de cada pessoa é: 'O que aconteceu com o corpo? '“
            

             A questão do desaparecimento do corpo de Jesus de um túmulo em Jerusalém, dois milênios atrás, ainda é fundamental para a fé cristã. Cerca de 50 dias depois do "desaparecimento", os apóstolos de Jesus começaram a pregar sua ressurreição e milhares começaram a ser convertidos. Os céticos denunciavam os apóstolos e seu ensinamento e perseguiam violentamente os seguidores de Jesus, mas ninguém jamais disputou o único fato incontestável: o túmulo estava vazio. Teria sido impossível discutir este ponto. Uma caminhada de quinze minutos por uma secretária de Jerusalém, no intervalo do seu almoço, poderia ter confirmado visualmente o fato. O túmulo estava vazio!

             
             A resposta à questão do túmulo vazio requer investigação da evidência, indo desde o depoimento de testemunhas a uma análise das circunstâncias. Esta evidência precisa ser objetivamente esmiuçada para determinar o que, de fato, aconteceu.
Fatos verificáveisŒ Jesus viveu. Sobre isso não há dúvida substancial. Documentos escritos por cristãos (Mateus, Marcos, Lucas, João, Paulo, Pedro, etc.) no primeiro século confirmam este fato. Assim também o fazem os escritos de historiadores romanos (Tácito e Suetônio) e judeus (Josefo).


              Jesus morreu. Depois de ser espancado e açoitado, Jesus foi crucificado. Os soldados furaram seu lado, do qual escorreram sangue e água, confirmando que ele tinha morrido (João 19:33-34). O governador romano, Pilatos, depois de verificar sua morte, liberou o corpo para ser tirado da cruz e sepultado (Marcos 15:44).

              Jesus foi sepultado. Um proeminente chefe religioso judeu, que era um discípulo secreto de Jesus, um homem chamado José, tinha um túmulo novo escavado na rocha, dentro do qual ele colocou o corpo de Jesus (Mateus 27:57-61; Marcos 15:42-47; Lucas 23:50-56; João 19:38-42). Diversas mulheres observaram José e seu amigo Nicodemos colocarem o corpo dentro do túmulo em forma de caverna e rolarem uma grande pedra sobre sua abertura. Eles tinham tido pouco tempo para embalsamar o corpo adequadamente, pois o sábado judaico começava ao pôr-do-sol da noite de sexta-feira. As mulheres fizeram planos para virem cedo na manhã de domingo com mais especiarias para completar o embalsamamento. Mas quando chegaram, encontraram a pedra tirada e nenhum corpo no túmulo.

              Testemunhas oculares alegaram que viram Jesus vivo. Entre estas estavam discípulos que viram Jesus muitas vezes num período de 40 dias e puderam tocá-lo, falar com ele e até mesmo comer junto com ele. Como julgaríamos o depoimento destas testemunhas? Geralmente, avaliamos o testemunho por fatores tais como honestidade, competência e número. Honestidade: Os apóstolos nada ganhavam (dinheiro, popularidade, etc.) por terem pregado a ressurreição. De fato, foram freqüentemente mortos por causa disso. Sua disposição a morrer por sua crença confirma sua integridade. Competência: Os escritos destes homens demonstram competência mental, lucidez e atenção aos pormenores. O fato que muitos deles já conheciam bem Jesus e foram capazes de ter contato físico íntimo com ele certamente os coloca em posição de verificar a ressurreição. Número: Normalmente, duas ou três testemunhas são suficientes para estabelecer um fato histórico, mas neste caso, houve literalmente centenas (1 Coríntios 15:6). A relutância inicial das testemunhas oculares em crer reforça seu testemunho (Marcos 16:11, 13; João 20:19-29). Alguns a quem Jesus apareceu nem eram discípulos antes de terem visto Jesus ressuscitado: seu irmão Tiago, por exemplo (João 7:5; 1 Coríntios 15:7) e Saulo (Paulo).Explicações

              Teoria do desfalecimento. Esta explicação sugere que Jesus não estava realmente morto quando o sepultaram. Ele só parecia estar morto, porém mais tarde reviveu no túmulo. Mas, mesmo que ele não estivesse morto quanto deixado no túmulo, ele estaria severamente enfraquecido pela flagelação, pelo espancamento e pelas horas passadas na cruz. No seu sepultamento, seu corpo tinha sido firmemente enrolado com ataduras engomadas. Realmente, nesta condição enfraquecida, sem atendimento médico, poderia Jesus de algum modo ter revivido, sem considerar que tivesse removido o embalsamento como um casulo? Mesmo que tivesse, mais dois obstáculos teriam bloqueado seu caminho à liberdade: A grande pedra que tinha sido rolada sobre a boca da cova e os guardas romanos armados que estavam de plantão do lado de fora. Para, de algum modo, remover a pedra e superar os guardas, seria exigida uma grande força. Mais ainda, a evidência sugere que Jesus estava, de fato, morto quando foi sepultado.Os romanos crucificavam homens freqüentemente e estavam aptos a ssegurarem-se da morte da vítima. A teoria do desfalecimento simplesmente não merece crédito.
          Teoria da sepultura errada. Esta afirma que todos, tanto amigos como inimigos, tinham esquecido onde Jesus tinha sido sepultado e estavam, portanto, olhando para uma sepultura na qual nenhum corpo tinha sido colocado. Isto explicaria o túmulo vazio, mas e quanto aos aparecimentos de Jesus? E é possível que os amigos de Jesus, os soldados romanos e mesmo José, o proprietário da cova, todos terem esquecido sua localização apenas depois de dois dias? E por que as mortalhas de Jesus foram deixadas no túmulo?
            Teoria do roubo. Alguns pensam que os discípulos de Jesus roubaram o corpo e mais tarde declararam que ele tinha sido ressuscitado. Conquanto esta explicação seja a mais velha, é difícil levá-la a sério. Por que os discípulos teriam roubado o corpo? A proclamação de ressurreição por eles não lhes trouxe poder nem prestígio, mas perseguição e pobreza, jamais motivos para um roubo tão ousado. Eles morreram por seu testemunho da ressurreição; os homens morrem pelo que crêem ser verdade, não pelo que sabem ser mentira. Considere também os padrões morais dos discípulos. É razoável que seu caráter inatacável e ensinamento puro fossem baseados numa mentira premeditada e roubo? Mas, mesmo que o quisessem, os discípulos não poderiam ter roubado o corpo porque o túmulo estava guardado por soldados especialmente encarregados da responsabilidade de prevenir o roubo desse corpo. A falta de um motivo, a natureza moral dos discípulos e os soldados romanos todos permanecem como testemunhas silenciosas. O corpo não foi roubado.

           Teoria da alucinação. Esta noção implica em que os discípulos, perturbados emocionalmente depois da morte de Jesus, apenas pensaram tê-lo visto vivo. Mas os relatórios destas testemunhas oculares não têm as características de alucinações. Eles envolveram tempos, lugares e grupos de pessoas diferentes. Os aparecimentos terminaram subitamente. Mais de 500 pessoas viram Jesus vivo ao mesmo tempo (1 Coríntios 15:6), mas alucinações são bem individuais. Além disso, esta teoria não tenta explicar o túmulo vazio. Jesus foi ressuscitado.


             Diversas teorias têm sido propostas para explicar os fatos do túmulo vazio e os aparecimentos alegados. Vamos examiná-las cuidadosamente:
            Esta é a única explicação que leva e conta, adequadamente, todos os fatos do caso. Mas, se Jesus foi ressuscitado, o que isto significa para nós?

Implicações da ressurreição
             A ressurreição de Jesus garante nossa ressurreição (1 Coríntios 15; 1 Tessalonicenses 4:13-18), A ressurreição de Jesus não é um assunto de mero interesse histórico, mas serve como o protótipo da ressurreição de todo ser humano. Sua ressurreição é a base para a esperança (1 Pedro 1:3). 

 A ressurreição de Jesus prova que ele julgará o mundo
              (Atos 17:30-31). Ele ainda vive e todos os homens o enfrentarão como Juiz, um dia. Este fato deve provocar sóbria reflexão em nossa vida.Ž A ressurreição confirma as declarações de Jesus de ser o Filho de Deus
             (Romanos 1:4). Serve como fundamento de seu reinado (Efésios 1:19-23) e sacerdócio (Hebreus 7:23-28).
 

                 A ressurreição de Cristo provê o modelo (Romanos 6:3-5) e o poder (1 Pedro 3:21) do batismo cristão.
             Os pecadores precisam morrer para o pecado como Jesus morreu na cruz. Eles precisam ser sepultados com Jesus no batismo para que possam ser erguidos para caminhar numa nova vida, como Jesus foi erguido dentre os mortos.

            Uma reportagem noticiosa 1970 anos atrás teria perguntado: "O que aconteceu com o corpo?" Hoje somos desafiados a responder à mesma pergunta. O modo como respondermos mudará nossa vida.

- por Gary Fisher

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SANTO SUDÁRIO: MITO OU VERDADE?


Sudário de Turim

O sudario de Turim: foto daface,
a esquerda o positivo,à direita o negativo
Nota:O negativo teve o contraste realçado.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
            
             O Sudário de Turim, ou o Santo Sudário é uma peça de linho que mostra a imagem de um homem que aparentemente sofreu traumatismos físicos de maneira consistente com a crucificação. O Sudário está guardado fora das vistas do público, na Catedral de Turim (Itália) (Italiano: Duomo di Torino), desde cerca de 1578. Desde 1983, pertence ao Vaticano, depois de uma doação de proprietários da casa de Saboia. A peça é raramente exibida em público, a última exposição foi no ano 2000 quando atraiu mais de 1 milhão de visitantes. A próxima está prevista para 2010.

            Muitos católicos acreditam que seja o tecido que cobriu o corpo de Jesus Cristo no momento de seu sepultamento. A imagem no manto é em realidade muito mais nítida na impressão branca e negra do negativo fotográfico que em sua coloração natural. A imagem do negativo fotográfico do manto foi vista pela primeira vez na noite de 28 de Maio de 1898 através da chapa inversa feita pelo fotógrafo amador Secondo Pia que recebeu a permissão para fotografá-lo durante a sua exibição na Catedral de Turim. De acordo com Pia, ele quase deixou cair a chapa fotográfica devido ao choque de ver claramente a imagem de uma pessoa nela.

            A origem da peça conhecida como Santo Sudário tem sido objeto de grande polémica. Para descrever seu estudo geral, os pesquisadores cunharam o termo "sindonologia", do grego σινδών—sindon, a palavra usada no evangelho de Marcos para descrever o tipo de tecido comprado por José de Arimateia para usar como mortalha de Jesus.
imagem
completa

Características do sudário

            O sudário é uma peça rectangular de linho com 4,4 metros de comprimento e 1,1 de largura. O tecido mostra as imagens frontal e dorsal de um homem nu, com as mãos pousadas sobre as partes baixas, consistentes com a projecção ortogonal, sem a projeção referente à parte lateral do corpo humano. As duas imagens apontam em sentidos opostos e unem-se na zona central do pano. O homem representado no sudário tem barba e cabelo comprido pela altura dos ombros, separado por uma risca ao meio. Tem um corpo bem proporcionado e musculado, com cerca de 1,75 de altura. O sudário apresenta ainda diversas nódoas encarnadas que, interpretadas como sangue, sugerem a presença de vários traumatismos:
  • ferida num dos punhos, de forma circular; o segundo punho está escondido em segundo plano;
  • ferida na zona lateral, aparentemente provocada por instrumento cortante;
  • conjunto de pequenas feridas em torno da testa;
  • nenhuma evidência de perna fraturada; e
  • série de feridas lineares nas costas e pernas.
            A 28 de Maio de 1898, o fotógrafo italiano Secondo Pia tirou a primeira fotografia ao sudário e constatou que o negativo da fotografia assemelhava-se a uma imagem positiva do homem, o que significava que a imagem do sudário era, em si, um negativo. Esta descoberta lançou o mote para uma discussão científica que ainda hoje permanece aberta: o que representa o sudário?

História

Até o século XIII


            Umas das 1º representações do
sudário de Edessa sec lx
            As primeiras referências a um possível sudário surgem na própria Bíblia. O Evangelho de Mateus (27:59) refere que José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus Cristo com "um pano de linho limpo". João (19:38-40) também descreve o evento, e relata que os apóstolos Pedro e João, ao visitar o túmulo de Jesus após a ressurreição, encontraram os lençóis dobrados (Jo 20:6-7). Embora depois desta descrição evangélica o sudário só tenha feito sua aparição definitiva no século XIV, para não mais ser perdido de vista, existem alguns relatos anteriores que contêm indicações consistentes sobre a existência de um tal tecido em tempos mais antigos.

            A primeira menção não-evangélica a ele data de 544, quando um pedaço de tecido mostrando uma face que se acreditou ser a de Jesus foi encontrado escondido sob uma ponte em Edessa. Suas primeiras descrições mencionam um pedaço de pano quadrado, mostrando apenas a face, mas São João Damasceno, em sua obra anti-iconoclasta "Sobre as imagens sagradas", falando sobre a mesma relíquia, a descreve como uma faixa comprida de tecido, embora afirmasse que se tratava de uma imagem transferida para o pano quando Jesus ainda estava vivo.

            Em 944, quando esta peça foi transferida para Constantinopla, Gregorius Referendarius, arquidiácono de Hagia Sophia pregou um sermão sobre o artefato, que foi dado como perdido até ser redescoberto em 2004 num manuscrito dos arquivos do Vaticano. Neste sermão é feita uma descrição do sudário de Edessa como contendo não só a face, mas uma imagem de corpo inteiro, e cita a presença de manchas de sangue. Outra fonte é o Codex Vossianus Latinus, também no Vaticano, que se refere ao sudário de Edessa como sendo uma impressão de corpo inteiro

            Outra evidência é uma gravura incluída no chamado Manuscrito Húngaro de Preces, datado de 1192, onde a figura mostra o corpo de Jesus sendo preparado para o sepultamento, numa posição consistente com a imagem impressa no sudário de Turim.
A gravura no manuscrito
 Húngarode preces

             Em 1203, o cruzado Robert de Clari afirmou ter visto o sudário em Constantinopla nos seguintes termos: "Lá estava o sudário em que nosso Senhor foi envolto, e que a cada quinta-feira é exposto de modo que todos possam ver a imagem de nosso Senhor nele". Seguindo-se ao saque de Constantinopla, em 1205 Theodoros Angelos, sobrinho de um dos três imperadores bizantinos, escreveu uma carta de protesto ao papa Inocêncio III, onde menciona o roubo de riquezas e relíquias sagradas da capital pelos cruzados, e dizendo que as jóias ficaram com os venezianos e relíquias haviam sido divididas entre os franceses, citando explicitamente o sudário, que segundo ele havia sido levado para Atenas nesta época.

            Dali, a partir de testemunhos de época de Geoffrey de Villehardouin e do mesmo Robert de Clari, o sudário teria sido tomado por Otto de la Roche, que se tornou Duque de Atenas. Segundo a pesquisadora italiana Barbara Frale, os templários teriam mantido o sudário por um século em sua posse e o levado à França. Ainda há controvérsia se o sudário de Edessa (chamado Mandylion) seria o mesmo de Turim, em vista de referências que indicariam sua presença em Constantinopla até 1362, cinco anos após sua aparição no Ocidente.

Século XIV

Pintura mostrando o sudário e a
forma com jesus foi envolvido
Então começa a parte da história do sudário que é bem documentada. O sudário reapareceu em 1357 em poder da viúva de Jean de Charney, neto do templário Geoffroy de Charney, o exibiu na igreja de Lirey. Não foi oferecida nenhuma explicação para a súbita aparição, nem a sua veneração como relíquia foi imediatamente aceita. Henrique de Poitiers, arcebispo de Troyes, apoiado mais tarde pelo rei Carlos VI de França, declarou o sudário como uma impostura e proibiu a sua adoração. A peça conseguiu, no entanto, recolher um número considerável de admiradores que lutaram para a manter em exibição nas igrejas. Em 1389, o bispo Pierre d’Arcis (sucessor de Henrique) denunciou a suposta relíquia como uma fraude fabricada por um pintor talentoso, numa carta a Clemente VII (em Avinhão). D’Arcis menciona que até então tem sido bem sucedido em esconder o pano e revela que a verdade lhe fora confessada pelo próprio artista, que não é identificado. A carta descreve ainda o sudário com grande precisão. Aparentemente, os conselhos do bispo de Troyes não foram ouvidos visto que Clemente VII declarou a relíquia sagrada e ofereceu indulgências a quem peregrinasse para ver o sudário.

Século XV

             Em 1418, o sudário passou a ser propriedade de Umberto de Villersexel, Conde de La Roche, que o removeu para o seu castelo de Montfort, sob o argumento de proteger a peça de um eventual roubo. Depois da sua morte, o pároco de Lirey e a viúva travaram uma batalha jurídica pela custódia da relíquia, ganha pela família. A Condessa de La Roche iniciou então uma tournée com o sudário que incluiu as catedrais de Genebra e Liège.

            Em 1453, o sudário foi trocado por um castelo (não vendido porque a transacção comercial de relíquias é proibida) com o duque Luís de Saboia. A nova aquisição do duque tornou-se na atracção principal da recém construída catedral de Chambéry, capital do Ducado de Saboia, de acordo com cronistas contemporâneos, envolvida em veludo carmim e guardada num relicário com pregos de prata e chave de ouro.

Século XVI aos nossos dias

                O sudário foi mais uma vez declarado como relíquia verdadeira pelo Papa Júlio II em 1506. Em 4 de dezembro de 1532, o sudário foi danificado por um incêndio que afectou a sua capela e pela água das tentativas de o controlar.

            Em 1562, a capital do Ducado de Saboia foi transferida de Chambéry para Turim e, em 1578 a peça foi levada para a catedral de Turim, onde está até hoje na Cappella della Sacra Sindone do Palazzo Reale di Torino.

            A casa de Saboia foi a proprietária do sudário até 1983, data da sua doação ao Vaticano. A última exibição da peça foi no ano 2000, a próxima está agendada para 2010. Em 2002, o sudário foi submetido a obras de restauro.

Análise científica

               As primeiras análises ao sudário foram realizadas em 1977 por uma equipe de cientistas da Universidade de Turim que usou métodos de microscopia. Os resultados demonstraram que a imagem do sudário é composta por inúmeras gotículas de tinta fabricada a partir de ocre. Em 1978, a equipe americana do STURP (Shroud of Turin Research Project) teve acesso ao sudário durante 120 horas. A equipe era composta por 40 cientistas, dos quais apenas 7 católicos e um ateu, Walter C. McCrone, que retirou-se logo no início das investigações. Foram realizados muitos experimentos que envolveram diversas áreas da ciência, como fotografias com diferentes tipos de filme, radiografia de raios X, raio X com fluorescência, espectroscopia, infravermelho e retirada de amostras com fita, mas não foi autorizado a fazer o teste por datação carbono-14.

Datação por radiocarbono

            Em 1988, a Santa Sé autorizou os primeiros testes de datação radiométrica do sudário, segundo o método do carbono-14. Foram colhidas três amostras que foram entregues a três laboratórios independentes: Universidade de Oxford (UK), Universidade do Arizona (EUA) e o ETH Zürich (Suíça). Todas as análises revelaram idades entre os séculos XIII e XIV, mais concretamente no intervalo 1260-1390. Apesar dos resultados serem claramente posteriores ao século I, a variação que apresentam merece explicação. Foi pedida autorização ao Vaticano para efectuar mais testes mas, até à data esta pretensão tem vindo a ser recusada com o argumento de que a colheita de mais amostras pode danificar a peça.

            A datação radiométrica por carbono-14 é uma metodologia bastante precisa, apresentando margem de erro de 0,4% para materiais com até 10000 anos de idade. Existem, no entanto, várias fontes de erro que podem induzir resultados duvidosos. Muita da polémica sobre a autenticidade do sudário foca as possíveis fontes de erros da datação.

            O ensaio do carbono reativo feito em 1988 por três equipes de cientistas independentes indicou como resultados que o manto foi feito durante a Idade Média, aproximadamente treze séculos posterior a Cristo. Alegações de incertezas e erros nos exames surgiram imediatamente após a publicação dos resultados e foram em grande parte respondidas por Harry E. Gove. Ainda assim, a controvérsia continua. Análises posteriores, publicadas em 2005, por exemplo, atestam que a amostra analisada pelas equipes de cientistas foi retirada de uma zona do manto que não faz parte do tecido original. O Sudário foi também danificado devido a um incêndio no final da Idade Média, o que poderia ter acrescentado carbono reativo à composição do tecido invalidando a aplicação da análise por carbono reativo. Este laudo por sua vez foi questionado por céticos como Joe Nickell, que acredita que as conclusões do seu autor, Raymond Rogers,resultam de uma "busca de evidências que possam garantir uma conclusão previamente desejada". Philip Ball, da revista "Nature", contestou esta afirmação dizendo que a idéia de que os estudos de Rogers tenham sido direcionados para a obtenção de uma conclusão pré-estabelecida é injusta e Rogers "apresenta uma história de trabalho respeitável". Todavia, a pesquisa de 2008 na unidade de aceleração de carbono reativo da Universidade de Oxford propõe uma revisão da data a que se atribui à criação do manto de 1390 para 1260, o que levou seu diretor Gordan Ramsey a convocar a comunidade científica a novas comprovações sobre autenticidade do Sudário. "Com as medidas do ensaio de carbono reativo e com todas as outras evidências que se possui a respeito do Sudário, ainda existem conflitos de interpretação de diferentes fontes" disse Gordan ao noticiário da BBC em 2008, após a publicação dos novos resultados. Apesar de manter uma mente aberta quanto ao tema, Ramsey enfatizou que ficaria surpreso se sobre os ensaios de 1988 fosse comprovado um erro de dez séculos.

            A datação do sudário foi contestada pelo argumento de contaminação bacteriana. Em resposta, os cientistas que realizaram as análises de carbono-14 afirmam que excluíram a priori esta possibilidade e que o método é preciso, embora as datações várias tenham dado resultados diferentes. Um especialista neo-zelandês afirmou ainda que um erro de treze séculos devido a contaminação bacteriana é possível, mas implicaria uma camada de bactérias com o dobro da espessura do tecido, o que afasta esta teoria. O intervalo de resultados (1290-1390) é explicado pela influência do incêndio de Chambéry de 1532 e subsequentes tentativas (desastradas) de restauro. Sendo assim, e devido aos acidentes, a datação com carbono-14 não seria exata. Porém segundo o Dr. Walter McCrone, um peso de carbono do século XX igual a duas vezes o peso total do sudário seria necessário para fazer um objeto do século I ser datado como do século XIV, e portanto haveria suficiente certeza que o sudário seria uma criação medieval.
            No entanto, Joseph G. Marino e M. Sue Benford propuseram que a área de tecido usada como amostra pode não pertencer ao tecido original (nenhuma das amostras continha uma área "manchada"), uma vez que quase 60% do tecido do Sudário é resultado de progressivas reparações feitas ao longo dos séculos. O académico Raymond Rogers argumentou, num artigo publicado em 2005, que a análise química por ele realizada confirmava esta hipótese, uma vez que as amostras usadas na datação-por-carbono mostram traços evidentes de corantes, provavelmente usados pelos tecelões medievais para conseguir a cor do tecido original ao realizarem reparações e reforçarem o sudário para maior protecção. outros autores apresentaram ainda evidências adicionais neste sentido.

 Propriedades químicas

            Foram também efectuados testes químicos ao sudário por especialistas das Universidades de Milão e da Califórnia. Os métodos utilizados foram a análise espectral e fotografia ultra-violeta. Os resultados mostram que a porção amostrada para datação radiométrica é distinta do resto do tecido, nomeadamente pela presença de pigmentos e fixantes. Este resultado sugere que esta porção do tecido seja na realidade um remendo posterior. Outra diferença consiste na presença de vanilina, um produto da decomposição térmica da linhina (um composto das fibras naturais). A vanilina é um composto habitual na análise a tecidos da Idade Média, mas que se encontra ausente em amostras mais antigas, uma vez que sofre decaimento. Segundo Raymond Rogers: "O fato de que a vanilina não pode ser detectada na lignina das fibras do manto, pergaminhos do Mar Morto e outros pedaços de linho muito antigos indica que o manto é muito velho".

 Possíveis meios de formação da imagem

              A imagem no tecido tem muitas características peculiares e profundamente estudadas. Por exemplo, ela é inteiramente superficial, não penetrando nas fibras do tecido sob a superfície, de forma que as fibras do algodão não estão coloridas; a imagem é composta de fibras descoloridas dispostas lado a lado com fibras não descoloridas de forma que estrias aparecem. Então o tecido não é simplesmente pigmentado, e muitas outras explicações, naturais ou não, têm sido sugeridas para a formação da imagem. Entre os pesquisadores que já publicaram trabalhos, Walter McCrone acreditava que toda a imagem era composta de pigmento. Porém, esta hipótese foi descartada depois que inspeção mais detalhada mostrou que não há mais pigmentos na área de imagem que na área sem imagem do sudário. Outros resultados têm mostrado a imagem como uma descoloração e não como uma coloração.

A hipótese da reação de Maillard

             Uma hipótese para a formação natural da imagem é a reação de Maillard na qual os gases libertados por um corpo em decomposição reagem com a fina camada (180-600 nanometros) de carbo-hidratos a celulose das fibras do tecido. Esta reação e a alteração química correspondente poderia explicar a variação de cor que define a imagem do sudário. Outra conclusão relevante é a de que a reação de Maillard afecta apenas a camada de carbo-hidratos, o que pode ser uma resposta para a superficialidade da imagem. Nas primeiras fases de decomposição, um cadáver exala os gases que desenvolvem a reacção de Maillard com os carbo-hidratos do tecido. No entanto, à medida que a decomposição prossegue, o corpo tende a libertar outro tipo de produtos líquidos que mancham o tecido, eliminando a possível coloração devida à reacção de Maillard. Se a imagem do sudário é de facto a impressão post-mortem de Jesus Cristo, então o corpo teria que ter sido retirado da sua mortalha antes do começo da decomposição. Segundo a Bíblia, foi mesmo isto que aconteceu durante a ressurreição.

Análise da perspectiva ótica

            O sudário em duas dimensões apresenta uma imagem tridimensional projetada sobre uma superfície plana (bidimensional), como uma fotografia ou pintura, numa projeção ortogonal.

             Se um sudário funerário repousasse de forma aproximadamente cilíndrica sobre a superfície tridemensional da face, o resultado seria uma distorção lateral não-natural, um forte alargamento para os lados, como numa projeção de Mercator, em vez da fortemente alongada imagem vertical vista no sudário. Mario Latendresse questiona esta argumento. Segundo ele, distorções podem ser pequenas se o sudário não estivesse firmemente apertado contra o corpo. Não é explicado, porém, como os detalhes da superfície podem aparecer no sudário de ele não estivesse firmemente contra o corpo. Mas ele mostra que não devia estar firmemente contra o corpo uma vez que pequenas distorções ocorreram. Portanto, o mecanismo de formação de imagens deve assumir que o tecido não estava firmemente apertado. Ainda, o tecido não permaneceria completamente plano. Um tecido natural repousando sobre um corpo não criaria maiores distorções.

            O engenheiro electrónico Hernán Toro também questiona se uma imagem por contato com o tecido mostraria uma um retrato de aparência fotográfica e não uma imagem distorcida, como uma projeção de uma superfície irregular em uma superfície plana.

Perspectiva religiosa

             Os defensores do sudário como relíquia têm voltado a atenção aos métodos naturais que possam ter produzido a imagem, a partir do corpo crucificado de Jesus Cristo. Os crentes mais ortodoxos argumentam que tenha surgido por milagre e como tal, não carece de mais explicação. No entanto, no seio da comunidade católica, há quem procure investigar o problema de forma científica.
     
            A presença de sangue no sudário é questão polêmica ainda. Pelo que se sabe das prácticas funerárias do século I, os judeus limpavam e perfumavam os seus mortos antes de os sepultarem, diz-se. Sendo Jesus Cristo uma figura amada pelos seus, seria pouco provável que o tenham amortalhado sem os devidos procedimentos de limpeza que eliminariam a presença de sangue no corpo, como supõe-se pelo evangelho de João (19:40) (neste ponto é importante lembrar que os cadáveres não sangram, visto que já não há batimento cardíaco, pelo que as manchas de sangue não podem ser posteriores à limpeza). Uma resposta a essa questão, entretanto, poderia ser encontrada nos evangelhos de Lucas (23:50-56 e 24:1) e Marcos (15:42-47 e 16:1): o corpo teria sido sepultado às pressas, devido ao descanso sabático no dia da preparação da Páscoa, o qual começaria na noite posterior à morte de Jesus. Por este fato, as mulheres teriam deixado para perfumar e embalsamar o corpo no amanhecer do primeiro dia da semana, após o sábado - no que teriam encontrado o túmulo vazio, devido a que os cristão crêem ter sido a ressurreição. As narrativas de Marcos e Lucas, portanto, justificariam o fato de o corpo do sudário estar sujo de sangue, enquanto que a de João deixaria dúvidas.

Posição do Vaticano

            A Igreja Católica não emitiu opinião acerca da autenticidade desta alegada relíquia. A posição oficial a esta questão é a de que a resposta deve ser uma decisão pessoal do crente. O Papa João Paulo II confessou-se pessoalmente comovido e emocionado com a imagem do sudário, mas afirmou que uma vez que não se trata de uma questão de fé, a Igreja não se pode pronunciar, ao mesmo tempo que convidou as comunidades científicas a continuar a investigação. A Catholic Encyclopedia, editada pela Igreja Católica, no seu artigo sobre o Sudário de Turim afirma que o sudário está além da capacidade de falsificação de qualquer falsário medieval.

Controvérsia


             Em campos opostos encontram-se os crentes que explicam o tecido como a mortalha de Jesus de Nazaré e os céticos que o consideram uma falsificação do século XIV. Ambos os campos utilizaram diversos tipos de argumentação científica para provar as suas teorias. Segue-se um resumo dos argumentos a favor e contra.

            Cientistas, pessoas crentes, historiadores e escritores divergem com respeito ao local, à data e à maneira como esta imagem foi criada. De um ponto de vista religioso, em 1958 o Papa Pio XII aprovou a associação da imagem e a celebração anual em sua homenagem na "terça-feira do Sudário" com a devoção à face sagrada de Jesus dentro da fé Católica Apostólica Romana. Alguns acreditam que a imagem gravada nas fibras do Sudário se produziu no momento do sepultamento do corpo de Jesus Cristo ou pouco antes do que se acredita como a sua ressurreição. Céticos, entretanto alegam que o sudário consiste em uma falsificação medieval; outros atribuem a formação da imagem às reações químicas e outros processos naturais.

            A equipe americana do STURP (Shoud of Turin Research Project), após três anos e cerca de 100.000 horas de pesquisa, apontou as seguintes conclusões:
  1. Havia sangue humano no sudário;
  2. As gotículas de tinta ocre seriam resultado de contaminação;
  3. A habilidade e equipamentos necessários para gerar uma falsificação daquela natureza seriam incompatíveis com o período da Idade Média, época em que o sudário apareceu e foi guardado;
  4. Como cientistas, também não podiam afirmar que a mortalha era verdadeira;
  5. As marcas do Sudário são um duplo negativo fotográfico do corpo inteiro de um homem. Existe a imagem de frente e de dorso;
  6. A figura do Sudário, ao contrário de outras figuras bidimensionais testadas até então, contém dados tridimensionais;
  7. Não existe ainda explicação científica de como as imagens do Sudário foram feitas;
  8. O Sudário apresenta marcas compatíveis com a descrição da crucificação nos Evangelhos.
            Na época, o STURP não foi autorizado a fazer o teste por datação carbono-14, o que impossibilitou a determinação da idade da peça. Dez anos depois, em 1988, o Vaticano autorizou os primeiros testes de datação radiométrica do sudário, segundo o método do carbono-14. A três análise independentes revelaram idades entre 1260-1390.

            A foco principal dos ataques científicos dos defensores do sudário tem sido a datação radiométrica que aponta para o século XIV e possíveis fontes de erro. Um acontecimento da história do sudário (o incêndio de 1532) pode ter introduzido poeiras e outros materiais contemporâneos nas fibras, que não foram removidos pelas equipas de datação. Considerando esta hipótese, os resultados dos testes de carbono-14 seriam uma mistura entre a idade real (segundo os defensores), por volta do século I, e as poeiras do século XVI. Outra fonte de erro possível é a presença de resíduos bacterianos que, sendo eles próprios compostos carbónicos, influenciam a quantidade do isótopo carbono-14 e por consequência, a datação. O campo dos céticos defensores da qualidade da datação oferece no entanto uma resposta à ideia de contaminação bacteriana.

            Outros argumentos para a autenticidade do sudário:
  1. A análise microscópica das fibras mostra que a imagem está contida apenas na camada de carbo-hidratos. Os defensores da autenticidade argumentam que não existe técnica de pintura, disponível nos séculos XIII e XIV, que permita uma precisão de aplicação de tintas à escala no nanômetro.
  2. Uma análise do espectro de freqüências da figura digitalizada do Sudário não mostra a existência de picos que demonstrariam a ação de um pintor.
  3. De acordo com Mechthild Flury-Lemberg, especialista suíça em restauro de tecidos, a trama do sudário é similar à encontrada em tecidos datados de 40 a.C. a 73 d.C. recuperados na fortaleza de Masada, que caiu durante a segunda revolta dos judeus contra o Império Romano no século I.
  4. Os ferimentos nos pulsos, atribuídos à crucificação, são consistentes com o que se sabe sobre este procedimento de execução. No entanto, na iconografia religiosa da Idade Média, Cristo aparece pregado pelas palmas das mãos, o que parecia ser a ideia aceite na altura. Os defensores argumentam que se o sudário fosse uma falsificação medieval, seria esta a disposição das feridas, uma vez que os detalhes correctos da crucificação eram desconhecidos então.
             A acusação de falsificação é tão antiga como o próprio sudário e foi lançada até pelos arcebispos de Troyes contemporâneos da sua descoberta. Um deles, Pierre d’Arcis, escreveu mesmo ao papa detalhando os pormenores da impostura que considerava ser uma forma ardilosa de roubar dinheiro de peregrinos piedosos.

            Outros testemunhos contemporâneos descrevem as manchas de sangue da imagem com cores tão vivas que, segundo os relatos, pareciam frescas. Hoje em dia (passados cerca de 550 anos desses relatos), estas nódoas de sangue são mortiças e passam despercebidas na primeira análise. Se fossem originárias do século I, então não seriam mais visíveis na Idade Média, tanto que hoje já não se vêm. Contudo há que referir que era costume fazerem-se cópias (decalques) do sudário para catedrais da Europa onde era venerada a "imagem real de Nosso Senhor". Por outro lado o sudário foi várias vezes trocado por cópias (decalques) para preservar o original (pois aos fieis o que impressionava era poder conhecer a figura de Cristo e não tanto admirar a antiguidade da relíquia). Contudo estes dados vêm levantar dúvidas quanto à originalidade do sangue, que pode ser original do sudário ou pode ter sido colocado depois.

O restauro de 2002

No inverno de 2002, o sudário foi submetido a uma grande restauração que chocou a comunidade de pesquisadores e foi condenada por muitos. Autorizada pelo arcebispo de Turim como uma medida benéfica de conservação, a operação foi baseada na reclamação que o material em torno dos furos de queimadura (dos incêndios pelo qual o sudário passou em pelo menos duas ocasiões) estavam causando contínua oxidação que iriam com o tempo ameaçar a imagem. A operação foi rotulada como cirurgia desnecessária que destruiu dados científicos, removeu os reparos de 1534 que eram parte da herança do sudário, e destruiu oportunidades de pesquisa sofisticada.

           Em 2003, a principal restauradora, Mechthild Flury-Lemberg, especialista suíça em tecidos, descreveu a operação e as razões pelas quais ela a considerou necessária.

            Em 2005, William Meacham, arqueólogo que estuda o sudário desde 1981, criticou ferozmente a restauração, rejeitou as razões apresentadas por Flury-Lemberg e classificou a operação como "um desastre para o estudo científico da relíquia".

Desenvolvimentos recentes

            Em 2009, Luigi Garlaschelli, professor de química da Universidade de Pávia afirmou ao jornal La Repubblica ter conseguido produzir em laboratório uma réplica do sudário com a utilização de técnicas disponíveis na Idade Média. Esta seria uma evidência adicional à datação da radiação radiométrica, indicando que já existiam na época apontada pela datação mecanismos para criação do sudário, e portanto nenhuma explicação paranormal se exigiria. No entanto, de acordo com Giulio Fanti, reconhecido sindonologista e professor de medições térmicas e mecânicas na Universidade de Pádua, "a imagem em discussão [obtida por Garlaschelli] não corresponde às propriedades fundamentais da imagem do Sudário, em particular ao nível das linhas e fibras, mas também a um nível macroscópico". Fanti afirma ainda que graças à experiência de Garlaschelli, foi possível demonstrar como e porquê, graças a "detalhes" fundamentais, a imagem do Sudário de Turim não é reproduzível nem na actualidade, e continua sendo um objecto inexplicado.

 Achado arqueológico

            Em Dezembro de 2009, arqueólogos da Universidade Hebraica reportaram no periódico PloS ONE Journal ter encontrado fragmentos de um sudário numa tumba da primeira metade do século I, localizada no vale inferior do Hinnon, ao lado do túmulo de Anás, sogro de Caifás no cemitério de Haceldama, o "Campo de Sangue" que teria sido comprado com as 30 moedas recebidas por Judas. Sua localização sugere que pertencia a uma pessoa de família nobre ou sacerdotal. Segundo Orit Shamir, especialista em tecidos antigos, o material utilizado para envolver o corpo é de boa qualidade, condizente com uma pessoa de posses, embora muito menos elaborado que o tecido do Santo Sudário de Turim.

            A idéia de que o corpo de Jesus Cristo tenha sido envolto em um manto, de acordo com o costume judaico, não estava apoiada por qualquer evidência arqueológica. No entanto, no "túmulo do Sudário", foram encontrados indivíduos cobertos no interior da câmara, confirmando a prática, bem como o caráter definitivo da preparação mortuária. A análise de traços de material orgânico presentes em todas as amostras de tecido confirma que estes cobriam todo o corpo. Vestígios de cabelos também confirmam a prática de cobrir a cabeça do morto.

            O Shimon Gibson, um dos autores do artigo "Molecular Exploration of the First-Century Tomb of the Shroud in Akeldama, Jerusalem", disse à National Geographic que haviam diferenças na confecção do sudário encontrado pela sua equipa e o Sudário de Turim, o que foi divulgado pelos mídia como sendo prova da falsidade do Sudário. Todavia, César Barta, físico do Centro Espanhol Sindologia, afirma que "estes dados, ao contrário, suportam a autenticidade da relíquia de Turim", acrescentando, ainda, que as diferenças na trama e textura dos tecidos quando comparados "não são suficientes para que se questione sua autenticidade", até porque "o tecido que constitui o Sudário de Turim é um exemplar único, não tendo sido encontrados tecidos similares nem da época de Cristo nem da Idade Média".

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