Todos já ouviram falar do canibalismo (e feminismo) das aranhas, que matam e comem os machos após o ato sexual.
Agora, segundo uma nova pesquisa, esse costume pode ser saudável para os “bebês”. Pesquisadores descobriram que a aranha-vespa macho faz um sacrifício evolutivo: dá sua vida pela saúde de sua prole.
O canibalismo sexual é o ato de comer o parceiro depois do sexo. Na espécie Argiope bruennichi, a fêmea tenta agarrar o macho no início do acasalamento para que ela possa comê-lo durante o sexo.
Em laboratório, apenas cerca de 30% dos machos sobreviveram a seu primeiro acasalamento. Quando eles deixam as fêmeas “roê-los”, os machos prolongam o ato sexual, aumentando a probabilidade de inseminar suas parceiras.
Dos sobreviventes, metade procura uma segunda parceira, enquanto os outros tentam novamente com a mesma fêmea. Devido à anatomia do macho, duas cópulas é seu limite.
“Duas hipóteses principais explicam a evolução do canibalismo sexual”, disse o pesquisador Klaas Welke. “Os machos podem se oferecer para ter acesso a oportunidades de acasalamento e para prolongar a sua duração de acasalamento, ou poderia ser um investimento paterno em seus próprios filhos, fornecendo nutrientes as fêmeas”.
No caso da aranha-vespa, os machos tendem a ser muito menores que as fêmeas; nessa espécie, eles têm apenas um décimo do peso delas, e os pesquisadores não tinham certeza de quanto benefício nutricional as fêmeas poderiam ganhar com tais parceiros insignificantes.
Para ver se comer seus companheiros dava as aranhas fêmeas uma vantagem nutricional, os pesquisadores dividiram as fêmeas em três grupos, permitindo que elas acasalassem com um macho, dois ou três.
Metade de cada grupo de fêmeas também foi autorizada a comer os seus companheiros, enquanto nos outros casos, os pesquisadores “salvaram” os machos.
Em seguida, eles analisaram os ovos de cada fêmea e a prole resultante. Eles contaram e pesaram os ovos, e monitoraram quantos filhotes sobreviveram em cenários simulados de clima frio e fome.
Os pesquisadores achavam que o bônus nutricional do canibalismo do companheiro teria um impacto sobre as fêmeas. Isso não aconteceu. O que aconteceu, no entanto, foi que o canibalismo levou a uma prole mais saudável, que sobreviveu mais e teve ovos maiores.
“Nossas descobertas sugerem um investimento paternal dos machos em seus descendentes”, disse Welke. “O canibalismo sexual pode aumentar o sucesso reprodutivo masculino e pode ser muito benéfico em uma espécie com um seguro de paternidade alta e uma baixa taxa de poliandria, como naArgiope bruennichi“.
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