Em um país que já se acostumou a ver padres como Marcelo Rossi e Fábio de Melo atraírem multidões é de se estranhar que o sacerdote Luiz Augusto Ferreira da Silva, 51, da paróquia Sagrada Família em Goiânia seja punido por ser popular.
Chamado de “evangelizador das multidões”, em sua igreja recolhia mensalmente cerca de R$ 450 mil em dízimo (a maior arrecadação de Goiás). Além das missas concorridas, o padre liderava projetos sociais que faziam distribuição de cestas básicas, acolhi moradores de rua e ajudava dependentes químicos com parte da arrecadação. Padre Luiz levava alimentos, brinquedos e celebrava missas para as pessoas que moram em meio ao lixo depositado diariamente no aterro sanitário de Aparecida de Goiânia.
Depois de 15 anos na Sagrada Família, Luiz Augusto, teve restringido o seu contato com os fiéis por imposição da Arquidiocese de Goiânia. Transferido de paróquia duas vezes por ordem de dom Washington Cruz, arcebispo de Goiânia, está agora proibido de celebrar missas para o público e de participar de programas de rádio e de TV.
Segundo a reportagem da revista ISTOÉ desta semana, não há um motivo claro para essa decisão. “Trata-se de um caso de nítida perseguição a esse sacerdote, um líder nato que arrebanha multidões, mas causa inveja e ciúme”, disse à revista a odontopediatra Soraya Sebba Chater.
Ela conta que foi criada uma comunidade virtual de apoio ao padre e uma passeata em favor do padre com seis mil fiéis, além de um abaixo-assinado apoiado por cinco mil pessoas pedindo a permanência do pároco na Sagrada Família.
Entre os insatisfeitos está Maria Dulce Loyola Teixeira, 60, que relata a indignação dos fiéis em um blog. Ela disse: “O público se manifesta, canta, há uma grande euforia nas pregações do padre Luiz Augusto. E os superiores dele veem nisso um excesso”.
Ainda segundo a revista, um dos motivos para a censura é a liturgia empregada pelo sacerdote, pois ele usa a Bíblia e não os tradicionais folhetos em suas cerimônias. No site A Redação,a leitora Jessika Vitória, que afirma conhecer o padre e seu trabalho, deixou o seguinte comentário “Só porque ele não usava folheto na missa e fazia uso da Bíblia era perseguido”.
Um sacerdote funcionário do Tribunal Eclesiástico de São Paulo, declarou: “Eu acredito que o afastamento dele deve ter partido de uma regra disciplinar do próprio bispo local.”
Segundo a arquidiocese, Luiz Augusto está passando por um processo de “correção da postura pastoral”, que incluem aconselhamentos com o bispo auxiliar de Goiânia, dom Waldemar Passini Dalbello.
Em sua defesa, o padre afirma apenas que “Sinceramente, não vejo motivo para eu seguir afastado… Passei pela Canção Nova (comunidade), onde padres celebram normalmente. Vejo o mesmo na Shalom. Eu não escolheria vir para cá, quando fui transferido da Sagrada Família, se soubesse que aqui eu não poderia celebrar… Se a arquidiocese tem a intenção de me corrigir, me ajudar, tudo bem. Mas seria falso se dissesse que estou contente”.
Com informações A Redação e Isto É
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